segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


''Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E quanta força!


Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. 
Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.



Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.



Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.



Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.



É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.



Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo. 
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.



Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"



É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.



É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.



Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.



O único silêncio que perturba, é aquele que fala.



E fala alto.



É quando ninguém bate à nossa porta, não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim, você entende a mensagem.''




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Como já disse Caio: 'Não se preocupe com não-respostas ou longos silêncios. Sou a pessoa mais indicada para compreender esse tipo de coisa. '
Pois é, eu também!

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